quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Pra mim, tem que ser preto

Esses dias eu li Bukowski. Gosto muito dele, sabe. Lê-lo me dá vontade de fumar e beber e me enfiar numa briga de bar de quinta categoria e apostar em rinhas de galo e me afundar nisso tudo, mas eu tento sempre me puxar pra cima disso e me manter sóbria. Uma sobriedade acima do mundo, o que faz de mim uma coisa meio louca. Eu vejo as coisas como elas são e gosto delas desse mesmo jeito, então não faz muita diferença.

Eu criei esse blog dia primeiro de janeiro e fazer um blog justo nessa data foi uma coisa super sem querer, porque eu não curto muito essa coisa de ano novo. mas ainda não tinhaa escrito nada nele. bem, tinha, mas era só um rascunho.

como eu não sei direito como começar, então não vou começar de nenhum jeito, só vou. Ficou confuso. Mas veja bem, eu sinto que não preciso me apresentar. Primeiro porque tem um quadradinho ali no canto que diz tudo o que é necessário saber sobre mim. segundo porque eu já tive tantos blogs, que esse vai ser só mais um. Não sinto como se esse fosse "o diferente". o que vai durar pra sempre. Não que o transumância tenha acabado, é só que eu não sinto vontade de continuá-lo, no momento.

eu começo coisas e nunca termino, acho que é o meu maior defeito. esses dias o Gian, um amigo meu, falou "nossa, mas você tem 19 anos e já fez tanta coisa. você deve ter feito tudo por muito pouco tempo." e eu simplesmente falei que é, eu enjôo rápido. eu enjoei do meu emprego então pedi demissão. e embora uma parte de mim esteja chateada porque eu saí e não tinha TERMINADO AINDA, a outra parte, a maior, nem liga. é como se as coisas ficassem apáticas. as coisas, não eu.
A minha mãe falou "e aí, terminou o colégio. espero que você termine a faculdade" mas eu não sei se sinto vontade de. Vamos ver o mundo, o tempo.

eu sinto como se tivesse começado tudo do jeito errado, então eu tenho que parar e começar tudo outra vez. mas eu nunca encontro o jeito certo. e isso não é pra soar triste. não exatamente. não é um texto triste. E não é o jeito certo e nem o post certo pra se falar disso.

mas eu tenho esse problema, as pessoas me interpretam errado. eu não sou triste, não não. eu estou triste agora porque estou cansada. morrendo de sono.
mas as pessoas me interpretam errado o tempo inteiro. deve haver um decodificador que passe para o mundo uma mensagem esquisita do que eu falo. tipo esses tradutores on line que fazer tudo errado. nada nunca funciona direito, quando a gente bota a tecnologia no meio. e quando funciona, o resultado é sempre meio falso e esquisito, e as pessoas engolem aquele monte de filmes ruins, de lixo internético, de efeitos de sei lá o quê como se fosse uma coisa deliciosa. baldes e baldes de merda sendo engolidos como brigadeiro ou algo do tipo.

o mundo é uma merda, não é? um grande balde de merda, e nós nos afogamos nele. às vezes tentamos subir uns nos outros pra escapar do fedor, e acabamos nos afogando. indo pro fundo. Eu, inclusive. e ninguém espera que alguém vá conseguir sair. alguém consegue? as pessoas etsão sempre pré-ocupadas na próxima moda, no próximo disco, na próxima gafe. quando não, querem sempre o ideal. O amor ideal, a nota máxima, a sociedade perfeita. Gente, parem de se dedicar ao mundo perfeito.

as maiores felicidades são aquelas minúsculas, que não incluem o pôr do sol mais bonito ou o céu mais ensolarado. A felicidade vem junto com aquele dia semi-nublado no qual você levou um pé na bunda e, de repente, descobre amigos e momentos eternos. De graça, sem esforço, sem sofrimento para alcançar. As melhores felicidades, são as felicidades baratas.

vamos todos nos apaixonar. Pra irmos juntos pra fora da merda. Mas se quiserem ficar chafurdando no balde, aí eu tomo álvaro de campos para mim por um momento e digo: para quê diabos havemos de ir juntos?

Um comentário:

  1. Vinha aqui há um tempo esperando (e estou escrevendo esse comentáriopela terceira vez, tecnologia fede). Agora começou. Mas começou estranho, nem sei direito se começou mesmo. Mas você é estranha. Fica andando por aí e trocando de pele e alma com o tempo, as estações e o aquecimento global. Por que seria diferente com os blogs? Ando meio raso esses dias, com uma poça. Só sei que um dia a gente tem que ir pela ufrj soprando aqueles dentes de leão que nascem por lá.

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